sábado, 2 de abril de 2011

Eu, o desleixo em pessoa.

De vez em quando alguém chama minha atenção para o jeito como eu me visto e me comporto, de um modo geral, para minha maneira de ser.
Sempre com boas intenções, pessoas tentam me orientar para que eu "melhore" minha aparência, meu linguajar, minha postura, etc. Um dos argumentos que mais ouço é que eu não aparento ser quem sou.
Bom, sei que, quando falam isso, referem-se ao fato de eu ter estudado bastante, ser professor e ter certos conhecimentos e experiências.
Dizem que eu devia me vestir mais adequadamente. Porém, quando paro para analisar cada pessoa falando isso, percebo que querem que eu mude na direção delas. Individualmente, querem que eu me refaça seguindo o modelo de cada uma. Sutilmente me dizem: "Seja como eu!"
Como eu sempre digo: Quando você pensa que está fazendo a coisa certa, torna-se um prepotente, arrogante. Você se acha melhor que todo mundo.

O que faz uma pessoa considerar a possibilidade de ser melhor que todo mundo e especial o suficiente para querer que todos tomem-na como exemplo?

É absurdo, mas eu preciso dizer que não há quem possa dizer se eu aparento ou não ser quem sou, pois isso só é possível quando alguém me conhece muito profundamente e não apenas por saber qual a minha profissão.(Você não é seu emprego!)

Eu, o desleixo em pessoa. Me sinto bem com isso. Não ser invejado(Você não é o que tem na carteira!), ninguém querer ser como eu. Eu sequer gosto de ser notado. Estou passando, aprendendo, curtindo, sentindo tudo de todo lado sem ser incomodado por coisas fúteis e inúteis.
Ao que parece, o mundo olha para mim e não me enxerga. Vê apenas um cara sem nada para oferecer. Mas eu prefiro assim. Só quem tem coração para chegar perto o bastante saberá mais sobre mim. Não preciso fazer propaganda. Sou só mais um cara na rua. Mais um rosto entre tantos. Sem nada de especial.
Quieto, apenas observo. Ninguém me vê chegar. Ninguêm nos vê chegar.
"... veja as figuras de nós...eu...com pele ruim, feio, desgraçado, mal penteado, mal vestido...eu...pobre, brasileiro, terceiro mundo, filho da puta, miserável..." Tom Zé