sábado, 21 de janeiro de 2012

Algumas questões...

Estar totalmente no escuro, sem saber ao certo o que está acontecendo.

Pontos de interrogação surgem a todo instante de vários lados.

É triste constatar que as respostas para todas as questões dentro da sua cabeça estão fora dela. É difícil sabe o que fazer.

A indecisão invade minha mente e faz com que uma única questão torne-se a mais importante, ao menos momentâneamente.

“Onde procurar respostas?”

Meu medo é investir num caminho para sanar essas dúvidas e, irônicamente, constatar que essas respostas estavam comigo o tempo todo. Ás vezes sinto pavor de estar certo. Pois os caminhos que eu imagino nem sempre levam à coisas boas ou à alegria.

Então mergulho minha mente nesses livros e buscas por conhecimento que me iluminem quanto à realidade da vida e ao mesmo tempo retardem um pouco esses momentos de indecisão por, talvez, ter que encarar e viver caminhos indesejados.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quieto


Ultimamente tenho sido bastante questionado sobre meu silêncio.
Por que ando tão calado e quieto? 
Se sou tímido?
Se estou bravo ou descontente?
Bom, sempre fui da opinião que se aprende muito mais quando se tem a boca fechado, olhos e ouvidos abertos e mente funcionando. Acontecimentos recentes acrescentaram mais motivos para meu pouco exercício vocal.
Sei que muitos acham que sou um pouco insensível, pois não me abalo pelo sentimentalismo barato que está em alta em nosso meio. É só minha opinião, e eu não espero influenciar ninguém, cada um que viva a seu modo, mas certa atitudes são ridículas como, por exemplo, propaganda de piedade mostrando fotos de alguma criança doente, exposição exaustiva de uma tragédia, pessoas que se autoafirmam "As Lutadoras" o tempo todo, que lutam em pró da vida, que lutam em pró dos animais, que lutam em pró do meio ambiente, que lutam pela causa dessa ou daquela "minoria"(que muitas vezes sequer são minorias), mensagens de amor/paz/ajuda/e o que você quiser de seres sobrenaturais que sempre estão com você mesmo que você não os veja, ouça, sinta, apalpe. Penso que seria bacana se tudo não passasse de autoafirmação, propagandas de si mesmo.
Pois é, nada disso me comove. Não posso levar a sério alguém que diz ter pleno respeito pela vida, mas não respeita o limite de velocidade na rua. Não posso levar a sério alguém que diz dar preferência à vida animal ao invés da vida humana, pois se não é capaz de ajudar sua espécie, como ajudará as outras? Isso é falta de humanismo, e na falta deste o egoísmo reina. Tais pessoas estão apenas montando sua imagem para servir de exemplo às outras pessoas e, dessa forma, inflar seu ego. Não posso levar a sério alguém que diz amar a natureza, mas vai na padaria da esquina de carro/moto ou não separa seu lixo. Não posso deixar de ver com certa repugnância alguém que depende de um ser sobrenatural para fazer coisas boas ou andar corretamente.

Por que ando tão calado? Porque estou cansado de tantas contradições o tempo todo. Cansado de ver todo mundo autoafirmando-se exemplos a serem seguidos e criticando duramente os que optam por não viverem de acordo com tais exemplos. E a recíproca é verdadeira. Os que optam por levar outra vida também consideram-se exemplos e querem ser reconhecidos por seus feitos.

Insensível? Com certeza não. Eu apenas tenho a ligeira consciência do meu tamanho e da minha insignificância. Minha vida é importante? Claro que sim, para mim. Diante do Universo, não.
 
Ao que parece a maior parte das pessoas jamais parou para pensar no quão pequenas são. Acreditam que estão numa posição privilegiada em relação a outros seres vivos, sejam plantas, animais e até mesmo seres humanos. Acreditam que suas vidas são o foco de algo muito importante. Porém, a importância da vida humana só é relevante quando se trata de todos nós. Individualmente somos totalmente dispensáveis. Isso quando se trata de plante Terra, pois se levarmos em conta todo o Universo, tudo aqui é insignificante.
E é exatamente quando penso no quão pequeno eu sou que minha sensibilidade aflora.
Pensar que tudo o que eu vivi, coisas boas e ruins, todos os meus problemas, tudo o que eu conheço não passa de átomos de fuligem, me traz uma paz que emociona, me trava a garganta e me faz chorar. Ao mesmo tempo, me deixa feliz por saber que os mesmo átomos que constituem esse grandioso Universo, também constituem esse pequeno ser que escreve essas linhas.
Imagine como fiquei quando vi o video Ponto Pálido Azul de Carl Sagan pela primeira vez. Se alguém não se emociona com esse vídeo, na minha concepção, este alguém sim, é insensível. Pois ele diz respeito a todos nós e como nós deveríamos nos portar melhor uns com os outros.

Por que ando tão calado? Por que muitas coisas hoje parecem-me sem importância, sem necessidade de comentários. Claro que as vezes falar por falar, jogar conversa fora é legal, mas só as vezes. Ao tornar-se constante, torna-se também, banal e sem propósito. Então me perguntam: "Tudo tem que ter um motivo?". Não, mas eu gosto quanto tem. Sim, eu me importo com a causa. E me importo com a verdade.

Se sou tímido? Depende de quanta liberdade você me deu.
Bravo? Descontente? Claro, como poderia ser diferente considerando a nossa situação? Num mundo onde o melhor caminho para todos é a harmonia entre tudo e todos, mas vemos tantas vezes o contrário.
Meu pai me diz que vou acabar louco por pensar tanto nisso.
Talvez.
Mas ainda tenho a felicidade de conhecer. Sejam pessoas a quem eu gostaria de ter sempre por perto e abraçar forte o suficiente para dar a certeza do que sinto, sejam lugares tão lindos e vibrantes que jamais saem dos quadros da minha mente, sejam histórias das quais eu posso duvidar e buscar veracidade, podendo diferenciar a fantasia que enfeita nossas imaginações da realidade que mostram um pouco mais de quem somos nós.

Por que ando tão calado? Estou apenas refletindo sobre o mundo e eu. Apenas analisando algo, talvez Você.