domingo, 27 de setembro de 2009

Preconceito

Meu, tava aqui pensando nos conflitos gerados pelas diferenças que existem entre nós.
Há muita discussão sobre preconceito racial, de gênero, de classe social, etc. Mas pouco fala-se em soluções efetivas para o problema, pois não há preocupação com o preconceito em si e sim com o preconceito contra alguns grupos específicos da sociedade, como negros, índios, homossexuais, e tals.
Vejo uma supervalorização desses grupos de forma que ultrapassa os limites da igualdade de direitos. Um exemplo disso é que alguém dirá que não posso escrever esse texto.
Um negro se orgulha de ser negro e fica lindo na TV.
Um branco se orgulha de ser branco e é considerado racista.
Parada do Orgulho Gay é destaque todo ano, alvo de elogios e tals, mas não pode-se dizer 'Eu sou hetero!' em voz alta, é taxado o preconceito, imagine uma Parada Hetero?
Impossível não falar da 'cotas', um dos maiores atos de racismo que eu já vi.
Os vestibulares, por exemplo, nesse país, são meios de seleção onde o que importa é o seu conhecimento e não a cor da sua pele. Mesmo assim são impostas cotas, uma ajudinha ao cidadão negro ou índigena para inressar na universidade.
RACISMO!!!!
Esses cidadãos não são incapazes, não são inferiores e não precisam dessa esmola. Podem estudar e passar no vestibular tranquilamente sem essa ajuda medíocre.
Milhares de pessoas brancas são pobres, estudam em escolas públicas e passam as mesmas dificuldades que negros e índios pobres. Então as chances tem que ser iguais. As ajudas tem que ser iguais.
Mas é mais fácil maquilar o problema impondo cotas do que investir na educação de base.
Num país miscigenado como o nosso não pode-se dividir tudo e preto e branco.
Eu, por exemplo, na minha família há brancos, pretos, pardos, índios. Sou resultado de uma mistura de etnias. Posso me beneficiar dessa 'ajudinha'?
Chega de tanto preconceito.
Chega de direitos especiais.
Quando muda-se a direção da coisa a coisa muda de figura? Não dá.
Se vale de lá pra cá, vale daqui pra lá também.
Se pode camisa 100% negro, pode camisa 100% branco também.
Se pode grupo musical 'Raça Negra', pode grupo 'Raça Branca' também.
Nesse país não deve-se dar importância à cor da pele, pois os miscigenados são maioria.
Somos todos iguais perante a lei.
Todos temos os mesmos direitos e deveres.
Não somos brancos, negros, índios. Somos TODOS cidadãos.

Pense nisso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O "Cara Legal"

Meu, tava aqui pensando num personagem que permeia nossos círculos de amizade.
O "Cara Legal".
Aquele amigo que sempre te faz rir, aquele cara engraçado.
Gostamos mais de conversar com ele do que assistir aos programas humorísticos da TV.
Ele é realmente demais.
Eu mesmo tive um amigo assim.
Mas, sem querer estragar a alegria de ninguém, é preciso ter uma certa cautela com o "Cara Legal".
O "Cara Legal" nem sempre foi o "Cara Legal".
Ele era aquele pivete no canto da sala, que brincava sozinho, tímido, que a galera nem notava que estava ali.
Com o passar do tempo, e esse pivete crescendo, ele percebe que quando está triste todo mundo se afasta. Melancolia e solidão andam juntas.
Então ele faz algo pra ser aceito. Algo alegre e divertido, que todos gostam. Assim, todos gostam dele.
Surge o "Cara Legal".
Cheio de amigos, ele diverte a turma, diz coisas bacanas, é engraçado, o palhaço(no bom sentido) da turma. Todos amam o "Cara Legal".
Há só um problema: no meio de todos os amigos, um não está feliz. O "Cara Legal".
Ele nunca é levado a sério. Todos sempre esperam uma piada dele.
Ele acabou tornando-se a piada.
Ninguém quer saber se ele está com problemas, se está feliz ou triste. Se aproximam dele apenas quando estão afim de dar umas risadas. E afastam-se logo depois.
Ninguém se importa com o "Cara Legal", só com as coisas legais que ele fala e faz.
Ninguém o leva a sério.
Sua vida continua solitária, só que agora todos riem.
Menos ele.
Então, ele se cansa dessa merda e refugia-se em casa. Esconde-se. Some.
Talvez chore.
E todos pasmam quando recebem a notícia de que ele está fazendo um tratamento contra a depressão.
Talvez passe a experimentar diversas drogas.
E todos duvidam de que o corpo sendo velado naquele caixão é o dele. Ninguém imaginava que o "Cara Legal" enxergasse o suicídio como uma saída.
Nínguém imaginava, pois ninguém enxergava realmente o "Cara Legal".

Você tem um amigo assim?
Ele não anda meio sumido, anda?
Pense!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não pare


Sei que as vezes a realidade
parece uma puta mal paga,
mas as coisas acontecem na verdade
das atitudes exploradas


A vida é uma prostituta
pronta a se entregar
ávida e loucamente
ao primeiro que chegar

Então saia da frente do espelho,
olhe além dos corpos, coração.
Veja que auto aperfeiçoamento
não passa de masturbação

Que só você pode mudar seu mundo.
Viva cada dificuldade, esqueça os atalhos
Sim, podemos ser amigos, se me deixar tentar,
agora que sabe o pouco que valho

Experimente a vida
e me deixe estar com você também.
Ouça o que eu digo,
não ouça ninguém

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Aparências

Meu, tava aqui pensando no dia em que comecei no emprego que estou atualmente.
Foi um dia interessante, produtivo. Comecei um aprendizado e recebi várias orientações sobre como proceder naquele novo ambiente.
Uma dessas orientações é o que me chama atenção agora. Me disseram que eu devia manter uma “boa aparência”.
Pergunto: mas que diabos é uma “boa aparência”?
Cabelo cortado, alinhado e bem penteado?
Barba feita, escanhoada?
Terno e gravata ou uma camisa bem passada com calça social e sapatos engraxados e lustrosos?
Esse é um perfil comum em ambientes bancários e escritórios de advocacia, mas magine se um vendedor numa loja de artigos esportivos te atendesse vestido dessa maneira. Estranho, no mínimo.
Ou ainda se você trabalhasse num frigorifico ou como metalúrgico, tal vestimenta seria um tanto quanto desconfortável.
Mas antes que alguém me venha com a bobagem de que cada lugar exige um traje adequado, quero expressar meus sinceros protestos à arbitrariedade dessa política de imagens.
Qual a utilidade real disso?
Vamos voltar no tempo.
O homem inventou as roupas para aquecer-se (Teoria evolucionista) e para cobrir sua nudez (Teoria Criacionista), o que é uma coisa inútil, pois todos sabemos o que existe embaixo das roupas uns dos outros. Porém, com o passar dos séculos, o surgimento das civilizações e do dinheiro, surge também as diferenças sociais, pois quem tem mais dinheiro, tem mais poder sobre os outros. E para demonstrar esse poder o homem passa a comportar-se de maneira distinta dos demais. Assim ele inventa um modo próprio de se vestir, de maneira tal que todos possam distingui-lo daqueles que não tem a mesma riqueza material que ele.
Hoje a tradição ainda é seguida. E nos ramos laborais recebe o nome de “boa aparência”.
Quero meus funcionários agradáveis ao olhar da sociedade para que a sociedade veja com bons olhos minha empresa e não repare no serviço de merda que eu presto à ela.
Uma sociedade onde você não precisa 'ter', mas apenas 'parecer ter'. E onde esquece-se do que é realmente importante, SER.
Preocupa-se com as imagens e esquece-se das virtudes.
Se a tarefa realizada exige um traje especial por segurança, higiene, tudo bem.
Mas exigir que os funcionários vistam-se deste ou daquele modo, cortem aquele cabelo que demorou anos pra crescer e deu um puta trabalho pra cuidar, abandonem brincos e piercings, privem-se de tatuagens(o que é muito pessoal), sendo que nada disso interfere de maneira alguma no trabalho a ser realizado por ele, é arbitrário, enganador, jogo sujo.
Ao invés de fazer essa maldita maquilagem e continuar nos enganando, devemos educar nossos olhos a ver o realmente importa.
Ele faz o serviço direito? Está contratado.
Não faz? Está demitido.
Posso ir a um banco e ser atendido por alguém de bermuda e regata.
Ou por um engravatado na loja de artigos de surf. A escolha do vestuário é de cada um.
Cada um que escolha sua própria “boa aparência”.
Agora vou aproveitar que não estou no trabalho e recolocar meus piercings, afinal eu fico ótimo com eles.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Auto-ajuda

Meu, tava aqui pensando sobre uma febre que toma lugar cada vez maior nesta nossa sociedade um tanto quanto carente e necessitada de ombros amigos.

Nesse mundo de estofados de velcro em frente a televisores com ‘trocentos’ canais, conversas ao telefone, MSN e Orkut, sobre os temas ícones de nossa geração, como desgraças do mundo, novela e sexo (ou ausência dele), onde as grandes realizações de um ser humano são um carro popular ou uma moto na garagem e uma grana pra tomar uma ‘gelada’ no fim de semana, o fenômeno denominado FRACASSO tem se tornado comum na vida das pessoas. Seja na vida social, familiar ou profissional.

Por conta deste fato, aumenta a busca por um conforto maternal. Neste contexto a Auto-ajuda se impõe.

Uma forma que a pessoas acharam para aceitar suas infelicidades e, assim, ficarem satisfeitas com aquilo que são.

É a expressão do conformismo. Uma maneira menos dolorosa de abraçar essa vida que ninguém quer. Disso surgem frases como ‘podia ser pior’, ‘o importante é que estou vivo, com saúde’.

Auto-ajuda aponta em você motivos que exaltam exageradamente a simplicidade, as coisas pequenas e fáceis de conseguir. Assim você se sente realizado por não conseguir nada de mais.

Em uma palavra: Ilusão.

Ilusão da felicidade.

Ilusão do conforto.

Da segurança, da vida melhor.

Com a auto-ajuda você diz “eu sou especial”, “todos são especiais e únicos”.

Isso significa que ser ‘especial’ já não é algo TÃO especial assim. Então, você não é especial.

Não se iluda.

Você é mais um na multidão. E a única coisa que te faz um ser único é o fato de que todo o caminho que você traçou ao longo da sua vida repleta de experiências já vividas por outros, foi feito em época, tempo e ângulo específicos.

Então veja que tudo o que essa terapia fez foi tirar de você a ambição e a força de vontade para melhorar suas condições de existência.

Pois se eu digo que estou mal, alguém me convence que estou bem, eu continuo mal e, por acreditar nesse alguém, não tento mudar, consequentemente, não melhoro.

Pra concluir: você não é especial, e nada vai acontecer se você não se mexer e tirar essa sua bunda preguiçosa do sofá. Pois, se podia estar pior, podia estar melhor também. E afinal, você está vivo e saudável pra quê?

As mudanças que você quer só se realizarão por seu próprio esforço.

Conformismo é uma ilusão.

Auto-ajuda não presta.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Levanta, meu irmão!

Meu, deixa eu te perguntar
Até quando você vai levar
Essa vida de coitado conformado
Não quero lhe dar nenhum sermão
Mas sei queno seu coração
Há força para mudar o seu estado

Meu, como pode ver o mundo,
Ver esse cenário imundo
E consegue não se revoltar
O planeta está tão triste
E você ainda insiste
Em fechar os olhos pra não enchergar

Meu, se da dificuldade
De lutar com a realidade
Mas saiba, ainda estou aqui
Ao seu lado pra mudar
Esse mundo e tornar
A ver a humanidade mais feliz

Meu, tento te convencer
A ir à luta pra vencer
E você diz: "podia estar pior!"
Mas não quero ser assim
Não quero uma vida menos ruim
Quero ver o mundo bem melhor

Meu, esqueça um pouco a TV
Ela não lhe deixa crescer
Levante e faça algo de verdade
Seu carro não é parte de você
Não precisa 'comprar' pra ser
Alguém atuante na sociedade

Meu, para ser um cidadão
Não é preciso ter na mão
Futilidades pra dizer que tem
O mundo é muito maior
Vamos fazê-lo melhor
Esqueça o "ter" e pense em "ser" alguém.