quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Livros

Um dia uma amiga me disse que eu tenho uma 'coisa' com os livros. Sempre que penso neles vejo que ela está certa.

É incrível como gosto deles.
Desde que aprendi a ler.
Logo que isso aconteceu eu tive a sorte de ter por perto dois caras que ajudaram muito na construção de paixão.
O primeiro, meu pai, que sempre teve a estante repleta de livros, a maior parte religiosos, mas só a imagem da estante cheia foi o suficiente para alavancar meu gosto por livros.
O segundo foi um cara muito legal. Um suíço chamado René. Um senhor de idade avançada já que me ajudou depois que desenvolvi o cancêr. Quando aprendi a ler ele passou a me presentear com mais do que aqueles maravilhosos chocolates. Livros. Vários. Histórias passadas na Áustria, Rússia e toda aquela região.
Tenho-os comigo até hoje, ao contrário do seu René. Com o passar dos anos acabei perdendo contato com ele. Mas foi uma figura importante na minha vida. Assim como os livros que ele me deu.
Sangue estranho.
Um bom diabrete.(esse eu gostei tanto que li muitas vezes)
O caso dos dez negrinhos.
Até A Revolução dos Bichos.(clássico)
E a lista continua. É vasta.

Os livros me acompanham onde for.
Ou será que eu os acompanho?
As duas coisas, talvez.

Um dia estava ouvindo Damien Rice, percebi que na música Amie ele cita a História de O.
Pensei no que seria essa história. Nunca tinha ouvido falar.
Curioso, passei a procurar e descobri que é um livro de uma autora francesa, Pauline Réage.
Resolvi adquirir o tal livro. Porém não foi tão fácil.
Visitei várias livrarias, sebos e não achava. Achei na internet, mas ainda tinha um pé atrás com compras on line(tsc tsc!).
Um mês depois do início da busca, já quase desistindo, eu voltava do trabalho pelo mesmo caminho de sempre e vi uma pilha de livros nunca lixeira(que sacrilégio!). Não pensei duas vezes em retirá-los dali(sim, eu sou esculachado, e nem ligo!).
Todo feliz pelo tesouro salvo em minhas mãos, analizava cada livro, olhava a capa, lia o nome do autor e, de repente, lá estava ele. De Pauline Réage, História de O.
Parei no meio da rua. Pelo tamanho do sorriso que se abriu no meu rosto tenho certeza que meus olhos brilharam.
Eu o busquei tanto e, no entanto, ele veio até mim.

As vezes penso que estão tentando se comunicar comigo além das palavras escritas em suas páginas.
Como no dia em que, sem motivo algum, eu abri uma gaveta que passa o tempo todo fechada lá no meu trabalho. O dia estava bem tranquilo. O típico dia em que as horas passam lentamente e trabalhamos muito mais rápido que o relógio. Numa pausa pra um café, abri a tal gaveta pra ver o que tinha lá. Pura curiosidade.
Entre grampeadores velhos, clips enferrujados e papéis amarelados, um livrinho. Não me recordo o título ou autor. Quando abri na primeira página tinha uma mensagem escrita com caneta azul. Mensagem de presente, o livrinho foi dado à uma das minhas colegas de trabalho e tinha uma data. Data em que a mensagem foi escrita e o presente foi dado. Olhei no calendário e constatei que naquele dia fazia exatamente um ano que o livrinho foi dado de presente. Procurei a moça, a quem se destinava a mensagem, entreguei o livrinho pra ela mostrando a data e falei: Faz um ano que ele está preso na gaveta, acho que ele quer ir pra casa.

A amiga que citei no começo do post é muito ligada em natureza, acho que o que eu sinto por livros ela sente por plantas. Numa conversa, ela comentou sobre o livro A Vida Secreta das Plantas. Livro que, pra variar, não acha-se facilmente.
Pensei, se ela que é da área, curte bastante o assunto, não acha, eu que não vou conseguir. Então só disse que se eu o visse por aí daria um toque pra ela.
E ví.
Passeando pelos sebos da região da praça da Sé, simplesmente surge, com sua capa verde, escrito em branco "A vida secreta das plantas".
Nem acreditei, nem pensei muito. Comprei e mandei uma mensagem pra minha amiga: "Achei seu livro."
Uma semana depois que ela me falou sobre o livro ele estava nas mãos dela.
Foi nesse dia que ela disse que eu tenho uma 'coisa' com os livros.

E, sinceramente, acho que ela está certa.

5 comentários:

  1. Acho que vou te dar umas lista com os livros raros que ando procurando^^

    Acho que eu já disse que adoro essa simplicidade com a qual você escreve não é?

    Só pra constar...

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  2. Pode passar a lista que eu faço o que puder =]

    Valeu, querida.

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  3. Nossa adorei ler o seu post, me sinto muito só nesse mundo da leitura porque as pessoas no Brasil infelizmente não tem esse habito como eu gostaria que tivessem ( será que podemos ser amigos? please?)

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