Há tempos que anseio por mudanças na minha vida. Agora que elas estão acontecendo, estou me questionando ainda mais sobre o que fazer comigo mesmo. Que rumos tomar, o que fazer, para onde ir, se devo realmente ir, se devo realmente fazer.
A única coisa que tenho de certo é não voltar. Não andar para trás. As mudanças que pedi e corri atrás para que acontecessem começaram. E quero mais.
Mais caminhos para trilhar.
A idéia de sair dessa casa definitivamente voltou a habitar minha mente. Apesar de morar só com meu pai e meu irmão menor e ter total privacidade e liberdade para fazer o que quero, sei que não será a mesma coisa. Quero sentir que sou o único cuidando dos meus interesses e de mim mesmo. E o Sr. Paulo não vai permitir isso enquanto eu estiver junto dele, já que ele foi o único a cuidar de mim durante esses quase 24 anos, não vai perder esse hábito facilmente.
No campo profissional estou feliz. Apesar de adiar minha viagem pelo litoral nordeste do Brasil, sair da área financeira foi ótimo. Quero envelhecer, mas não antes do tempo. Não quero parecer velho e não ter histórias suficientes para contar. Apesar de uma amiga ter me comparado ao Forrest Gump. Quando eu realmente estiver velho, e isso vai acontecer, terei tanto o que contar que alguém terá que ajudar minhas velhas mãos cansadas a registrar tudo.
De volta à área de educação me sinto até mais leve. Não que eu ache que será fácil. É pelo simples motivo de que me sinto mais útil. Tenho gana de pensar em soluções para os problemas. Ir atrás do que quero e preciso. Sinto-me feliz em dizer “Sou professor”. Apesar de todos os problemas dessa área que todos já sabem.
Estou conhecendo uma galera nova. Pessoas que, pelo que vejo até agora, querem melhorar o que vêem em volta e não vão deixar suas vidas passarem em vão. Estou lendo muito sobre as propostas deles, sobre o que pretendem e estou gostando muito. A política está atrativa de novo. Estou a cada dia mais afim de me engajar com pessoas assim e esse tipo de movimento. Essas experiências em grupo são muito válidas. Principalmente para mim, que não sei quase nada nesse campo, já que a maior parte de tudo o que faço são atividades solitárias.
Até minha fila de livros para as próximas leituras mudou um pouco. Troco qualquer clássico por um poeta beat. Dos seis próximos livros, cinco são da geração beat. Estou fascinado em ler o jeito como Jack Kerouac escrevia.
Vejo na filosofia algo para minha evolução pessoal. Considero até a possibilidade de fazer uma outra faculdade, só pelo prazer de fazer. Divido meu tempo em ler, observar e, quando consigo, aplicar esses conhecimento lá fora. Ando saindo mais de casa também. Saindo sozinho para observar, saindo com amigos, que é outra coisa que parei para analisar. Tenho em minha cabeça claramente quem são meus amigos e aqueles que são apenas conhecidos e, por algum motivo, mantém suas vidas longe de mim. Amigos como o Marcos, ele é realmente um bom amigo, parceiro mesmo, de longa data. Não que para ser amigo precise me conhecer a mais de uma década. Só é necessário agir como tal e sentir isso. Agora, conhecidos são como...deixa pra lá, eles não lêem o que escrevo mesmo.
Como disse antes, tenho me questionado mais. Paro um pouco de perguntar o que há de errado com o mundo para perguntar o que há de errado comigo. O que eu tenho? O que falta em mim para que eu possa chegar onde quero?
Me questiono muito para tentar construir algo que realmente me faça chegar a momentos cada vez mais felizes. Para tentar conseguir essas respostas vou tentar cada vez mais viajar. Sair de casa, ir para a estrada, passar dias em ares totalmente estranhos e pensar em quem eu realmente sou.
Vou continuar correndo atrás das minhas mudanças, atrás daquilo que quero, atrás da minha vida. Sou jovem, tenho sede e quero vida. Depois de tanta pancada nessa minha trajetória, acho que mereço essa folguinha. Mas isso é outra história.