quinta-feira, 17 de março de 2011

Músicas de Protesto

Hoje meu gosto musical foi questionado.

Estava eu tranquilo, sentado num banco com meus fones de ouvido, num daqueles momentos felizes em que somente presto atenção à música e canto sem emitir som algum. Uma mão me toca o ombro, era uma colega, conhecida a pouco tempo, disse que me chamou algumas vezes, mas só obteve minha atenção pelo tato.
Realmente, nesse momentos, eu não ligo mais pra nada.
Ela me perguntou o que eu estava ouvindo que me levava tão longe.
Mostrei a ela. Professor Dylan em seus primódios.
Começamos a conversar sobre música e, ao ouvir que eu gostava muito de músicas com contexto social, minha colega expressa uma opinião que achei muito estranha.

Como eu poderia gostar desse tipo de música? Elas não fazem diferença, não mudam nada, não resolvem os problemas da sociedade. É perda de tempo dar importância à essas músicas. Seria melhor se eu escutasse músicas que retraram sentimentos como amor e que fale a beleza do mundo.

Achei estranho alguém conceber a idéia de que eu creio que músicas irão resolver os problemas de alguém.
Nenhuma música poderia resolver os problemas de uma pessoa, quanto mais da nossa sociedade. Porém, não é esse o objetivo das músicas de protesto.
Músicas desse tipo nos fazem pensar. Nos fazem refletir sobre a realidade. Afinal, esse é o ponto de partida para qualquer mudança, principalmente para solucionar problemas.

Pensar.

É isso que as músicas de protesto fazem.

A longo prazo, essas músicas espalham e imortalizam idéias. Os músicos morrem e nós continuamos a cantar suas canções. O tempo passa e essas músicas permanecem. Carregadas de pensamentos, carregadas desejos e mudanças.
Músicas que protestam contra uma realidade injusta, soa por muito tempo nos ouvidos daqueles que beneficiam-se com essa situação. Não só pela própria canção, mas por todos que a ouviram, pensaram e dispuseram-se a mexer-se a favor de um ideal.
Essas músicas são uma pedra no sapatos do figurões. São os calos apertados dos 'poderosos'.
Sem a divulgação e propagação de pensamentos promovidas por músicas de protesto, os beneficiados pela desigualdade entre as pessoas estariam muito mais próximos do total controle sobre os outros. A luta pela liberdade e pela igualdade não seria a mesma. A música une pessoas num mesmo objetivo, sem ela cada um estaria só, isolado.

A música nos faz pensar, nos faz buscar o que desejamos, imortaliza idéias, nos faz lutar e nos une.

Cada canção vence uma batalha na guerra pela igualdade e liberdade.

Um comentário:

  1. Cara, gostei do seu texto.Também gosto bastante de músicas de protesto.Já me questionaram uma vez o porquê de eu gostar de músicas com crítica social.As pessoas pensam que o mundo é belo demais para existir apenas músicas que falam de amor e futilidades.
    Vi que você gosta de rock também, gostaria de trocar algumas ideias com você.
    Viva as músicas de protesto.

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