terça-feira, 8 de março de 2011

Àquela de tantos abandonos



Querida amiga,
Sinceramente, não acredito que você seja a causa da minha tristeza, mas não tenho dúvida que você é a mais assídua colaboradora da minha sorte.
Na solidão deste quarto posso ainda embalar-me em bons pensamentos e esquecer, por instantes, essa dor que você já conhece, com uma porção de imagens ilusórias.
Quando estamos juntos e, em meu peito, você chora suas angústias, lamenta o amor e relembra suas alegrias passadas, a tristeza corrói meu ser de tal maneira que é difícil perceber o chão sob meus pés.
Saber que suas boas lembranças são de um tempo em que você esteve distante, enquanto eu, neste mesmo quarto, dirigia meus pensamentos na sua direção.
Saber que a sua alegria significa o meu abandono, seu sorriso minhas lágrimas, suas lágrimas minhas angústia.
Saber que nessas linhas te suplico para me tomar nos braços com um pouco de ilusão e fugir dessa realidade amarga que nos envolve, e você jamais colocará seus olhos nessas palavras.
Amigos para sempre, pois para sempre te amarei. E, para sempre, esconderei dos teus sentidos o quão infeliz você me faz.

Miguel Gonzales

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